
Irmãos,
gostaria de indicar aqui o excelente o podcasts “Fala aí”, do pessoal da Canção
Nova. E quero focar aqui no excelente episódio número 33 da segunda temporada
com o tema: “Maranatha, o Rei está vindo”. Indico muito que você escute. Clique aqui para baixá-lo ou ouvi-lo.
Este
episódio foi gravado durante o advento de 2015 onde aborda discussões relacionadas
a Parusia, a escatologia universal, isto é, sobre a volta de Jesus.
Recomendo
a escuta deste excelente episódio. Eles falam do termo Maranatha, uma saudação
dos judeus cristãos entre si que significa “o Senhor voltará” ou “Vem, Senhor”:
uma afirmação ou pedido. Falam também sobre a nova era e os males da sociedade
moderna.
Gostaria de partilhar aqui as reflexões que tive ao escutar este excelente podcast:
O
Catecismo da Igreja Católica nos diz: “A
partir da Ascensão, o advento de Cristo na glória é iminente, embora não nos
"caiba conhecer os tempos e os momentos que o Pai fixou com sua própria
autoridade" (At1,7). Este acontecimento escatológico pode ocorrer a
qualquer momento, ainda que estejam "retidos" tanto ele como a
provação final que há de precedê-lo.” (673)
Devemos
nos preparar para a volta de Jesus, esta é uma verdade de fé cristã desde os
inícios e a Igreja sempre confirmou esta crença. O carisma da Canção Nova é
preparar o povo para receber Jesus. Faz parte da missão da Canção Nova esta
expectativa da volta de Jesus.
Temos
que ter cuidado para não cair na grande tentação do messianismo em que os
judeus caíram. Os judeus esperavam um messias político, um rei secular que
resolveria todos os problemas do mundo e restauraria um período de paz. Às
vezes caímos nesta tentação quando queremos que Jesus volte logo para resolver
os problemas da humanidade que todos nós produzimos e que muitas vezes, ao
invés de procurar participar para melhoria do mundo, cruzamos os braços e
queremos e julgamos e exigimos que os outros resolvam por nós. E ainda queremos
exigir que Deus volte logo para limpar a bagunça toda.
Deus,
às vezes tarda, porque Ele tem o tempo dele, dentro dos mistérios de sua ação e
vontade que não cabe a nós cobrar. Quando Ele tarda ele busca salvar mais
almas. Por isso nosso papel deve ser extremamente focado em “preparar o caminho
do Senhor”. Temos que nos dedicar todos na evangelização. Isso é uma exigência
cristã de todo batizado! Infelizmente a maioria dos batizados não contribuem em
nada na evangelização. E às vezes atrapalham...
É
preciso estarmos atentos para o perigo de tirar Jesus da evangelização com a
desculpa de poder atingir mais pessoas com uma mensagem benéfica que esvaziada
do personagem principal, o Filho de Deus, deixa de ser evangelização. Ocultar
verdades essenciais cristãs é um roubo da verdadeira mensagem de Jesus, da
missão e da vida cristã.
Assim
o conhecimento das verdades de Cristo, da fé está cada vez mais se tornando
superficial. Essa superficialidade, fruto do relativismo acaba se tornando
cultural e alguns deturpam tanto que chegam a dizer que esta ignorância e
superficialidade das verdades teológicas é um aspecto de uma pretensa “humildade”
...
Os
cristãos mais cultos e que buscam viver a raiz (radical) do evangelho são
tachados de ‘falsos cristãos’, que não refletem a mensagem extremamente caridosa
do ‘novo jesus’ desta sociedade secularizada.
Muitos
cristãos estão caindo nesta artimanha do inimigo para esvaziar todo o poder da
Palavra de Deus, das verdades de Cristo e do Evangelho. Se o demônio consegue
retirar o senso de pecado da pessoa, ela não tem do que se arrepender, não pede
perdão e aí está com sua salvação gravemente comprometida. Pronto! O diabo
conseguiu o que queria de forma sorrateira, sem alarde, sem grandes tentações,
sem lutas, sem vexações, simplesmente invertendo o sentido das coisas.
O
nome disso é heresia. E hoje o politicamente correto tem defendido os hereges
contra uma inventada “igreja assassina” baseada em mentiras montadas do período
da inquisição ou dos templários.
Outra
grave ação é a manipulação da imagem do Papa. Empolgados, os modernistas
esperavam que o Papa fosse aprovar todos os absurdos que a sociedade depravada
atual gostaria que fosse liberado. Como não conseguiram e viram que o Papa
busca ser fiel à doutrina católica de sempre, como todos os outros papas
anteriores, eles estão fazendo uma abordagem diferente. Está-se criando
midiaticamente a imagem de um outro Papa, diferente do atual. Estão
constantemente deturpando as palavras do Papa, aumentando demais certas
expressões e diminuindo ou ocultando outras. Quando não espalham em redes
sociais textos falsos dizendo ser de autoria do Papa. Mostrando um Papa
bonzinho, mansinho que ama tudo e aceita tudo...
Tudo
com objetivo de manipular a fé católica que é o maior empecilho para o avanço
da nova era e dos projetos ardis da revolução marxista, entre outros.
Estamos
vivendo numa sociedade sentimentalista, um povo exageradamente sentimental.
Abandonaram a razão. Vale tudo se tiver prazer, alegria ou algum sentimento bom.
Outra coisa é o imediatismo. Tudo vale se for hoje, não importa o futuro. O
amanhã não existe. Só existe o hoje. Claro que isso não deixa de ter um fundo
de verdade. O problema é que levam isso para o campo moral onde o prazer é
tratado como algo muito mais superior do que os valores. Caçoam das verdades eternas
do julgamento, do céu, inferno e purgatório. E se por acaso existir um Deus,
ele é bom demais para nos castigar...
Assim
justificam tudo e não há mais a adesão de uma alma às verdades cristãs, mas uma
salada de crenças selecionadas pela pessoa que escolhe a seu bel prazer. Uma
religião do self-service, onde o “criador” está a serviço da criatura e não o
contrário.
A
depressão é a doença do século. O ser humano, na enxurrada de idolatria do
sentimento não está sabendo lhe dar consigo mesmo. A partir do momento que a
emoção predomina a razão, a loucura se estabelece. O sentimento não pode
sobreviver sadiamente sem a razão. Deve-se haver um equilíbrio entre os dois,
com a razão sempre predominando: isto é o que nos diferencia dos animais.
A
exigência da acentuada carga emotiva na sociedade atual é tão grande que
estamos vendo pessoas que não se contentam mais com as mais elementares
satisfações, até então num passado recente tão bem aproveitadas.
Não
se detém a admirar mais uma bela paisagem, um boa música, um bom texto, uma
reflexão profunda. Só se procura entretenimento barato, fácil e inútil. Uma
piada é muito mais valorizada do que um pensamento profundo. Um “batidão” vende
mais do que uma música que tem melodia, ritmo e letra trabalhada, harmoniosa e
complexa. A produção bem trabalhada dá mais trabalho para ser percebida e
contemplada e nem sempre serve para fins promíscuos, afinal a promiscuidade é a
nova deusa da sociedade moderna que exige ser adorada...
Graças
a Deus há um movimento bem contrário a essa maré de lixo começando a se
levantar. Há cérebros que não estão se sujeitando a serem gado de abate... E
esse movimento vem de todas as partes, independentemente do local, religião ou
partido. Isso é uma grande alegria e tudo que pudermos fazer para levantar,
divulgar e enaltecer o valor desta linha de pensamento de valorização do belo,
do inteligente e do que é arte bem trabalhada é muito louvável. A verdade e o
bem deve prevalecer sobre a máscara e a manipulação.
Ajude
a levantar uma nova geração que faz mais por si e pelo mundo ao redor. Não se
rebaixe aos ditames do politicamente correto ou de uma moda ridícula. Critique
e mexa-se. Não basta só assistir. Participe. Não se limite a apenas orar. Isso
é importantíssimo, é até o mais importante. Mas se não houver a parte da ação,
seria como uma fé sem obras: morta. Ore mas aja! Ora+ação.
Como
agir? Pergunte, critique, se informe, expresse sua opinião. Se errar conserte,
volte atrás e faça certo. Mas participe. Não cruze os braços. Não ignore os
assuntos que impactam diretamente a vida de todos, principalmente a política e
a Igreja.
Fazendo
assim você estará participando e contribuindo com sua parte, mesmo que pequena,
mas altamente necessária aos olhos de Deus, para a construção do Reino, para
que “...seja feita Vossa vontade assim na terra como é nos céus...”.
Por isso há esperança de lutarmos por um mundo melhor. Para isso precisamos de almas fortes que permanecem na rocha e não se abalam por qualquer vento de doutrina ou moda corrompedora. A expectativa da volta de Jesus precisa ser uma espera de alegria, pois nosso Deus nos trará libertação. Devemos manter acesa sempre a esperança. Nunca se desesperançar seja qual for a tribulação. Deus é nossa força e ele nunca nos abandona. Se a cruz está pesada olhe para o Cristo e retome as esperanças e lute com fé.
Vamos
juntos lutar por uma sociedade santa, uma “Civilização do Amor”, como disse São
João Paulo II.
Termino
com um texto do Catecismo da Igreja Católica sobre o Fim dos Tempos (675 a
677):
“Antes do advento de Cristo, a Igreja deve
passar por uma provação final que abalar a fé de muitos crentes. A perseguição
que acompanha a peregrinação dela na terra" desvendará o "mistério de
iniquidade" sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos
homens uma solução aparente a seus problemas, à custa da apostasia da verdade.
A impostura religiosa suprema é a do Anticristo, isto é, a de um
pseudo-messianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de
seu Messias que veio na carne.
Esta impostura anticrística já se esboça no
mundo toda vez que se pretende realizar na história a esperança messiânica que
só pode realiza-se para além dela, por meio do juízo escatológico: mesmo em sua
forma mitigada, a Igreja rejeitou esta falsificação do Reino vindouro sob o
nome de milenarismo, sobretudo sob a forma política de um messianismo
secularizado, "intrinsecamente perverso”.
A Igreja só entrará na glória do Reino por
meio desta derradeira Páscoa, em que seguirá seu Senhor em sua Morte e Ressurreição.
Portanto, o Reino não se realizará por um triunfo histórico da Igreja segundo
um progresso ascendente, mas por uma vitória de Deus sobre o desencadeamento
último do mal, que fará sua Esposa descer do Céu. O triunfo de Deus sobre a
revolta do mal assumirá a forma do Juízo Final depois do derradeiro abalo
cósmico deste mundo que passa.”
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